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História da Dança II

 

A Era de Diaghilev

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“Primeiramente, eu sou um charlatão, apesar de ser brilhante; segundo, sou muito charmoso; terceiro, não tenho medo de ninguém; quarto, um homem cheio de lógica e poucos escrúpulos; quinto, eu pareço não ter realmente nenhum talento .Não obstante, eu acredito ter encontrado minha verdadeira vocação – ser um mecenas.Eu tenho tudo o que é necessário exceto dinheiro – mas este virá.”

Ninguém definiu melhor Diaghilev do que ele próprio, em carta à sua madrasta Yelena Panaev Diaghilev, em 1895.

Os nobres tinham suas próprias troupes, as quais se exibiam para o seu deleite e de seus amigos. Sergei Pavlovitch Diaghilev, foi um descendente dessa nobreza mas transformou-se em a ponte que liga um monarca ao homem de negócios.

Pode-se afirmar que, só depois dele, o ballet deixou de ser privilégio da classe aristocrática. Para os que com ele conviveram, foi alguém completamente paradoxal e controverso, um empresário que desdenhava o gosto do público, um homem de negócios que perdia dinheiro, sobre quem os colaboradores não sabiam definir exatamente que papel representava e que, contudo, era imprescindível ao processo de criação do repertório da companhia, em todos os sentidos; sem ser bailarino, coreógrafo, cenógrafo ou figurinista, mas como diretor, teve inteligência, perseverança e sobretudo cultura.

Durante vinte anos os “Ballets Russes” pontificaram no mundo ocidental.

A Herança de Diaghilev

Os Coreógrafos

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Com exceção de Nijinski, por motivos já colocados anteriormente, todos os coreógrafos deram continuidade ao seu trabalho em diversos teatros, tal os coreógrafos deram continuidade ao seu trabalho em diversos teatros, tal como aconteceu com Nijinska e, sobretudo Fokine, Massine, Lifar e Balanchine.Este último, mais do que todos, deixou uma criação de tal alcance e que se revela, ainda hoje tão atual e moderna, que chega a parecer profética.

Mikhail Fokine, longe dos olhos de Diaghilev, não conseguiu repetir, em importância, as obras de sua primeira fase. Ainda assim criou, sempre de forma independente, os ballets, “Les elfes”, “Don Juan”, “Les Éléments”, “Paganini”, “Barba Azul” e “Soldado russo”.

Excepcionalmente, coreografou, em 1936, “L’Épreuve d’amour”, para os “Ballets Russes de René Blum”. Bronislava Nijinska, em suas criações para Diaghilev, tentou sempre conceber transposições plásticas do ritmo e , obter uma resposta física para a música com a qual trabalhava. Nessa trajetória, de acompanhar os movimentos das artes plásticas de sua época, foi mais de uma vez considerada um tanto fria e racional em demasia. Fora dos “Ballets Russes”, a carreira de Nijinska continuou no Teatro Colon, Ópera Russe de Paris, Ballet Theatre, Ballet Russe de Monte Carlo, Grand Ballet Du Marques de Cuevas, na sua própria companhia e na de Ida Rubinstein, para a qual criou: “Bolero”, em 1928, cuja música foi composta por Maurice Ravel (1875 – 1937), por encomenda da própria diretora, que também foi a intérprete do papel principal e que seria a fonte de referência para a montagem mais famosa que existe, coreografada por Maurice Béjart.

Nijinska, nascida em 1891, morreu em 1972. Deixou escrito o livro A escola do movimento, teoria de coreografia. Sua grande contribuição à técnica acadêmica de elementos das correntes da dança de sua época. Boris Romanov voltou `Rússia onde permaneceu até 1921; a partir de então, passou a dirigir sua própria companhia denominada “Ballet Romântico Russo”, e a trabalhar em Bucareste e Berlim; atuou ainda como maitrede ballet nas companhias de Anna Pavlova, no Teatro Colon de Buenos Aires, e posteriormente no Metropolitan Opera. Faleceu em 1957.

Massine¸depois de deixar, em 1932, a companhia de Ida Rubinstein, assumiu os cargos de maitre de ballet e coreógrafo do “Ballets Russes de Monte Carlo”, companhia criada pelo empresário René Blum e pelo Colonel de Basil, na tentativa de reunir os artistas de Diaghilev. Para ela Massine  criou, entre outras obras, seus dramas sinfônicos:”Les Présages”, criado em 1933, sobre a quinta sinfonia de Tchaikowsky, uma composição alegórica considerada à época como magistral e um dos “cavalos de batalha” do Teatro Municipal do Rio, montado em 1956, pelo próprio coreógrafo com Ivete Chauviré, Aldo Lotufo, David Dupré, Tatiana Leskova e Josemary Brantes nos papéis principais. Balanchine – dança nos EUA – Georges Balanchine, russo que no início da ascensão de sua carreira como coreógrafo, teve a morte de Diaghilev e o fim dos “Ballets Russes”.

No meio de grandes artistas como, Fokine, Nijinski, Nijinska, Massine e Lifar, ficou na Europa de 1929 a 1933, trabalhando no “Theatre de Monte Carlo”. Após, seguiu para os EUA, onde construiria uma obra perene, atemporal, claramente representativa do povo norte-americano e ao mesmo tempo universal. Fundou em NY, a “School of American Ballet”. Organizou várias companhias como o American Ballet. As obras de Balanchine, começa a definir o neo-classicismo na dança, com criações baseadas no virtuosismo da técnica acadêmica, geometria no tratamento de conjunto.  Lifar se juntara a Diaghilev, através de Nijinska, tendo chegado a Paris ainda sem o preparo técnico exigido pela direção.

A necessidade de progredir e adquirir conhecimentos de ballet acadêmico, rapidamente fê-lo trabalhar duramente não só nas aulas diárias mas também aprendendo o repertório do corpo de baile da companhia, aproveitando inclusive as férias, para procurar a orientação de Cecchetti. Sua estréia como coreógrafo deu-se já no último ano, numa remontagem de “Renard”. Nessa concepção inusitada, os papéis desempenhados pelos bailarinos eram dublados por acrobatas profissionais. A morte de Diaghilev destruiu os sonhos de Lifar de ser coreógrafo principal dos “Ballets Russes”.

Smiley piscandoAté a Próxima!!Smiley piscando

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